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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os blogs e a imaturidade da sua expressão como mídia

Tenho sempre a impressão de que ainda não se aprendeu com precisão que tipo de força comunicativa um blog entretém, e por isso me sinto sempre hesitante com o valor e o peso da mensagem que veiculo aqui. Sem dúvida, tem um parentesco muito nítido com um jornal, porém, editado muitas vezes por uma única pessoa, o que faz toda a diferença. Como instrumento jornalístico o seu valor é realmente controverso, lhe falta algo como a credibilidade; como científico, é pouco legítimo, lhe falta aquele toque de patente acadêmica dado aos sobreviventes de uma banca de seletores editoriais. É ainda pouco compreendido o poder de transmissão de conteúdo, o modo de legitimar uma comunicação, em uma expressão – embora vaga: a estrutura de mídia desse veículo e, em virtude dessa incompreensão, talvez, seja tão difícil produzir algo com a substância de um texto real por aqui. Talvez a semelhança muito suspeita com uma espécie de diário arruíne até mesmo sua reputação literária. O tamanho dos textos, a forma de interação deles com o título, por vezes desejando seguir modelos de publicidade, e uma série de outros modos típicos de expressão dessa força evocativa relativamente nova, que irão ficar mais claros no futuro, assim como com a boca é mais fácil veicular certos símbolos e com as mãos outros, tudo isso ainda é muito preliminar e prematuro – provavelmente assim continuará sendo enquanto não tivermos distância para vê-lo amadurecer, se é que ele vai se firmar.

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