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quarta-feira, 9 de março de 2011


A História é um perigoso trânsito dialético de vozes, e não uma linhagem de eventos sucessivos suscetíveis ao exame obsequioso de um trabalhador de laboratório. Por isso o acervo inteiro de artigos sociológicos e tratados de história, tenham eles frouxa ou sólida constituição metodológica, não valem um livro de Aluíso Azevedo. Quem espera extrair uma verdade da História esqueceu sempre que interrogar o livro da cultura não é como uma exegese bíblica, e nem uma audiência à letra de Deus. Cada geração é uma edição particular e nova de toda a História, cheia de conflitos entre versões e paixões, e exige de seus intérpretes uma penetração intuitiva, muito mais do que uma obediência dócil a regras científicas.

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